quarta-feira, 5 de abril de 2017

[DIVERSIFICANDO] Precisamos falar sobre EMPATIA

 

Recentemente, a Netflix liberou mais uma de suas novas produções: 13 Reasons Why (Os 13 Porquês, em português). A série claramente já é um sucesso e eu só tenho visto diversas pessoas assistindo e comentando nas redes sociais; os elogios são abundantes. No entanto, algumas expressões me inquietaram. Por um momento, foi como se as pessoas só tivessem olhado para o/a suicida de forma levemente “empática” após assistirem a produção e a única indagação que passa pela minha cabeça, até então, é: por que só assim?

No Brasil, a cada ano, 12 mil pessoas se suicidam, e ninguém parece refletir sobre isso ou pouco se interessa em buscar mudar, tentar fazer com que tal dado reduza consideravelmente. É alarmante! Eu compreendo que, cultural e invariavelmente, é muito provável que você nunca tenha visto tal realidade com pesar, e muito possivelmente até tenha julgado em alguma situação. Realmente entendo-lhe. Ou talvez até tenha indagado sobre as possíveis formas de mudar, buscar uma nova perspectiva, melhorias. Mas se já pensou sobre tudo isso e tentou ver diferente, enxergar que trata-se de vidas sem esperança alguma, o que falta para que você faça a diferença à sua volta? 



Talvez não exista uma única e exclusiva resposta para tal dúvida, mas diversas. As pessoas não tiram a própria vida em vão, porque são fracas. Muito pelo contrário. Elas são extremamente fortes, corajosas, mas a vida tende a ser um peso absurdo e também um preço alto demais a ser pago se realmente se pretende vivê-la; nem toda pessoa é capaz de viver de forma psicologicamente saudável até porque cada uma tem seus próprios demônios e o meio social também pode vir a ser um deles. E outra: por mais que achemos que, por alguma razão, não somos culpados por tudo isso de forma direta, invariável e inconscientemente, reproduzimos comportamentos no dia a dia que geralmente limita, reduz, estigmatiza e até anula muitas pessoas.

Já percebeu?

Não?

É necessário falar sobre esse problema. 


Eu, você, todos, de modo geral, fomos criados para não respeitar o diferente, para não respeitar a alteridade do colega de sala ou do trabalho, para reprimir o vizinho que não se omite e realmente se assume como realmente é; fomos criados para reproduzirmos um padrão social que nada condiz com a realidade, é como se jamais pudéssemos fazer diferente, ser diferente e acima de tudo, é como se ser empático com qualquer ser humano não fosse uma atitude necessária, não quando o/a outro/outra não responde às expectativas sociais, nem pode, jamais, demonstrar seus reais sentimentos sem receios.

Percebe?

Então, façamos diferente.

Sejamos diferentes.

Sejamos empáticos.

Não julgue. Não discrimine. Ouça quando alguém precisar da sua atenção, da sua escuta, do seu acalento. Não zombe o diferente. Não humilhe. Não se ache superior a ninguém. Expresse-se e deixe o/a outro/outra fazer o mesmo. Ame mais, ame a si mesmo também, sempre, espalhe amor. É necessário.




Leandro de Lira.


10 comentários:

  1. Oi Leandro!

    Sinceramente eu nunca julguei pessoas que pensam ou comentem suicídio, eu não penso diferente de você! Quando eu assisti o primeiro episodio eu chorei muito e aquilo tudo era só o incio, chorei por que, eu já sabia exatamente tudo que ela iria passar, foi frustante! Foi doloroso, e desde de nova eu sempre procurei ajuda o máximo de pessoas que eu consigo, não importa o quão estranha ela possa parece, ser diferente como você mesmo disse, por que essas pessoas são tão julgadas? Eu não estou aqui agora escrevendo isso por que estou tentando passar uma imagem bonita para alguém, e sim por que eu sou assim, eu sempre quero entender a dor das pessoas e mostra que existe solução mesmo que tudo pareça uma merda, e incrível como muita gente esta se focando no romance da estória, como se isso fosse possível, eu passei a noite em claro pensando na Hanna, nas pessoas que são corajosas como ela, mas que não aguentaram o peso, eu espero que as pessoas passem a prestar mais atenção e respeita uma as outras, mesmo que seja agora. Eu adorei seu post.

    Beijinhos

    Resenha Atual

    ResponderExcluir
  2. Oie Virginiano lindo <3!

    "Mas por que ela não faz alguma coisa para mudar? Se fosse eu..." Nossa como eu fico irritada quando escuto coisas assim. Ou "Mas ela tem tudo, não tem por que ter depressão."

    Se as pessoas parecem de julgar para ajudar mais as coisas seriam totalmente diferentes. Ninguém sabe o que se passa na casa e principalmente na vida do outro. E as vezes o que é um problema simples para você, pode ser gigante para alguém. Eu fico muito triste quando vejo a banalização de tudo.


    Agora como a série (ainda não vi), todos vão levantar bandeiras anti bullyng e falar da depressão, porém são essas mesmas pessoas que muitas vezes ignoram alguém que sofre do problema.

    Adorei seu post lindo!


    Beijos;***
    Ane Reis | Blog My Dear Library.

    ResponderExcluir
  3. Olá, Leandro.
    Também estou vendo muitos comentários positivos sobre a série e espero que essas mesmas pessoas, nem que seja pela série, mudem o comportamento de verdade e não só momentaneamente por causa do que assistiu. Concordo com tudo o que você disse e ainda digo mais as pessoas foram criada para não respeitar ninguém, não só o diferente. Tem pessoas que passam por cima de tudo e de todos só pelo prazer de ver os outros infelizes.

    Prefácio

    ResponderExcluir
  4. Olá, Leandro! Tudo bem?
    Pois é, essa série vem dando o que falar. Inclusive, eu até resenhei ela no blog. Mas enfim, achei o ponto que levantou nesse post super importante. Afinal, choveu comentários do tipo: "A série é só de uma garota que se mata e coloca a culpa em todo mundo... Já vi séries melhores!"
    Sim, infelizmente esse triste comentário veio de um colega do Facebook, e me deixou bastante indignado e assustado, pois além do medo ao pensar que alguém pode chegar a essa conclusão, ainda me vi em choque e indignado por ser capaz de comentar comentário tão sórdido.
    Os 13 Porquês e demais materiais que trazem à tona o suicídio, bullying, violência sexual e demais temas polêmicos, visam informar e mostrar como o mundo está tão cão por conta de nós mesmo. Enfim, eu poderia tentar passar horas tentando formular algo coerente, mas no momento estou tão mexido com a série, e de certo modo triste por perceber que muitas pessoas dizem que a protagonista desta série é fraca, justamente ela que representa tantos de nós, inclusive a mim que já tentei suicídio.
    Enfim, é aquele velho ditado: Quer entender o outros e suas motivações? Tente se colocar no lugar dele.

    Até mais. http://realidadecaotica.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  5. Oi Leandro,
    Eu tive um caso de suicídio na família. Tanto que eu não consigo assistir 'Os 13 Porquês' em sequência. Eu choro. E não é pouco.
    Descobri que preciso trabalhar em mim essa força interior e ver alguns comentários maldosos me deixa mais triste ainda. É um causa real que precisa ser divulgada.
    Parabéns pelo post.
    Beijo
    http://estante-da-ale.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  6. Olá Leandro.
    Eu realmente não conseguiria assistir "O 13 porquês" devido a enfrentar diariamente situações de pessoas que passam por isso e essas situações pessoais já me consomem de uma forma que eu busco no meu particular tratar a todos com empatia e fazer o meu melhor, me colocando no lugar dessas pessoas para antes de tudo, entender suas razões e nunca julgando, até mesmo porque quando algo dói muito, pensar no fim da vida como uma saída é uma das ideias mais pensadas por nós. Espero que a série ajude na verdade a entender melhor a pessoa que passa por uma barra dessas e, sim, precisamos falar mais sobre esse tipo de coisa. Sobre amar, tema de minha postagem atual, eu apoio e amo mesmo. Transmito o meu melhor seja lá a quem for. O importante é fazermos o bem, não importa a quem!♥

    Um grande beijo!

    Deh Will
    http://gotasdevalor.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  7. Oi Leandro,
    Texto maravilhoso, quem dera se na minha época escolar, algumas pessoas soubessem dessas coisas. Mesmo assim, em alguns pontos, creio que não seria diferente já que muitos acham que o assunto é mimi, besteira, frescura ou falta de alguma religião.

    Eu li o livro e to pra assistir a série. Acho bacana mesmo Netflix tenha investido no assunto. Que venham mais e incomode mesmo, perturbe. Assim, desperta um pouco de empatia nesse povo que anda raro, mesmo.

    tenha um ótimo final de semana.
    Fizemos algumas mudanças no Obsession Valley, e com isso mudamos o nome. Venha conhecer o Canto Cultzíneo!
    Nana - Canto Cultzíneo

    ResponderExcluir
  8. Oi Leandro!
    Adorei o post. Eu ainda não assisti a série mas concordo com tudo que você escreveu. Inclusive tenho uma amiga cujo irmão se suicidou. Não sei os motivos, mas fico triste por ter chegado a esse ponto.

    Beijos,
    Sora | Meu Jardim de Livros

    ResponderExcluir
  9. Oi gatinho *-* tudo bom?
    Nem me fale dessa série. É serio! Eu estou passando por uma vibe bem assim na vida, com uma amiga (vou te contar tudo depois). E eu assisti a série e fiquei com aquela sensação meio escrota, de impotência ou algo do tipo. Mas concordo exatamente com cada palavra que você escreveu. Mais amor e menos dor, por favor :( A gente precisa se colocar no lugar dessas pessoas que passam por essas situações.

    Beijos,
    Paixão Literária

    ResponderExcluir
  10. Oi, Leandro. Fazia muito tempo que não visitava teu blog! Lendo tua postagem, só podia pensar no quanto concordo contigo. Parece que nunca precisamos tanto de empatia, mas isso é o que menos se tem. Acho que esse tema tem tudo a ver com leitura, porque a literatura é uma ferramenta para criação de empatia, de aprender a ver pelo olhar do outro. É uma pena que essa "capacidade" seja tão pouco discutida e que seja necessário uma série de TV para estimular a discussão a respeito. Por outro lado, pode ser uma oportunidade para mais pessoas refletirem e buscarem posturas diferentes. Gostei da forma como você abordou o tema.
    Abraços!

    ResponderExcluir

Comente com moderação!